Três pesquisas trazem importantes alertas sobre o consumo de energéticos. Vamos a elas.
A primeira vem do Canadá. Publicada na revista científica Canadian Medical Association Journal Open, o estudo mostra que mais da metade dos consumidores de energéticos entre 12 e 24 anos já sentiram efeitos negativos em sua saúde após o consumo. Entre os problemas mais citados, além do aumento da velocidade do batimento cardíaco, estão a dificuldade para dormir, dores de cabeça e até incidência de convulsões.
Outra questão que causa preocupação é a mistura de bebida alcoólica com energéticos, pois o gosto doce do segundo disfarça a quantidade de álcool ingerida.
Composto por cafeína e taurina, uma lata de energético equivale a três xícaras de café. Misturado com o álcool a excitação se potencializa, o que pode provocar um problema cardíaco, principalmente quando a pessoa já tem tendência. Em casos mais extremos, a arritmia pode levar à morte.
Além disso, por sentir mais o gosto doce do energético, a pessoa que bebe a mistura não percebe os efeitos do álcool e acaba se colocando em mais situações de risco, por perda dos reflexos.
A segunda pesquisa vem do Reino Unido. Publicado no periódico científico British Medical Journal, e assinado por Russell Viner, presidente do Royal College de Pediatria e Saúde da Infância, este estudo afirma que o alto consumo de energéticos podem trazer consequências para a saúde a longo prazo.
A cafeína leva mais tempo para ser eliminada do corpo em crianças e adolescentes em comparação aos adultos. Como resultado, essas bebidas podem levar a dores de cabeça, problemas comportamentais, insônia e problemas de ansiedade em grupos etários mais jovens.
A bebida também é ácida, com nível de PH semelhante aos do suco de limão ou vinagre, criando um ambiente ácido na boca, o que pode prejudicar a saúde dentária.
Todos esses efeitos são prejudiciais para o sistema digestivo.
Além disso, as bebidas energéticas causam rápido aumento nos níveis de açúcar no sangue uma vez que não contêm fibra, que ajuda a reduzir as taxas de açúcar e gordura no organismo. Essa reação oferece sérios riscos de provocar obesidade, diabetes tipo 2, cárie dentária e inflamação.
Por causa destes efeitos negativos sobre o corpo, desde o mês passado o governo do Reino Unido estuda medidas que visam a criminalizar a venda de bebidas energéticas para menores de 18 anos.
A terceira e última pesquisa vem da Universidade do Texas (EUA). Publicado no Journal of American Heart Association, o estudo revela que os energéticos também podem prejudicar o funcionamento do coração. Os pesquisadores identificaram nos participantes que consumiram as bebidas um maior intervalo de QT – tempo que os ventrículos levam para se preparar para uma nova batida (contração cardíaca).
Além disso, a equipe da Força Aérea dos Estados Unidos que realizou a pesquisa, percebeu que a pressão sanguínea aumenta em 5 pontos após a ingestão da bebida, permanecendo assim por cerca de seis horas.
Os pesquisadores estudaram os efeitos da bebida no endotélio, uma camada fina de células que recobrem os vasos sanguíneos, antes e 90 minutos depois do consumo de 700 ml de energético. Os participantes do teste eram 44 adultos saudáveis que não fumavam, na faixa dos 20 anos.
Uma hora e meia depois de consumir a bebida, o diâmetro interno do vaso sanguíneo ficou, em média, pela metade. Isso significa um problema agudo na função vascular, pois o coração terá que trabalhar duas vezes mais para realizar a mesma tarefa.
Fontes: Journal of American Heart Association, British Medical Journal & Canadian Medical Association Journal Open
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