O período de recuperação de um dependente químico é uma fase delicada. Familiares e amigos, muitas vezes no ímpeto de ajudar, acabam “escorregando nas palavras” e proferindo coisas que podem ter um sentido contrário ao pretendido.
Na maioria dos casos a família possui dúvidas de como agir durante esse processo. E algumas delas, mesmo com boas intenções, se direcionam para os dois extremos – seja por zelo exagerado ou por liberdade excessiva.
Há também os que não aceitam a dependência química como uma doença e tendem a encará-la como se fosse uma situação de desleixo e vadiagem. Pessoas assim imaginam que o indivíduo possa mudar a qualquer instante e que tudo é baseado na força de vontade e poder de decisão. Mas as coisas não são bem assim.
A dependência química é uma doença que exige monitoramento, auxílio constante e muito afeto por parte da família.
Para a recuperação ir bem
Com o objetivo de ajudar no restabelecimento do dependente, algumas atitudes devem ser evitadas pela família e amigos. Certos atos que venham tornar uma situação de convívio constrangedora precisam ser banidos durante essa etapa de reestruturação e ressignificação da vida.
Confira seis dicas do que não deve ser falado e atitudes a serem evitadas durante o contato com um dependente químico em recuperação:
- Sem remoer o passado: nunca relembrar as coisas ruins que passaram. Falar sobre traumas da infância e fazer o dependente reviver lembranças pode ser algo muito ruim. Também é inconveniente recordar os atos que ele cometeu durante o uso dos entorpecentes.
- Sem comparações: qualquer comparação com a vida de outra pessoa é algo desagradável. Para um dependente químico em recuperação isso pode ser algo pior ainda. Os familiares jamais devem comparar a vida dele com a de um parente ou amigo bem-sucedido.
- Chantagem emocional não pode: expressões como “se você gostasse mesmo de mim não teria feito isso!” ou “eu sou mais importante que a droga ou não?” são desaconselháveis. A dependência é uma doença e levar o indivíduo a uma reflexão assim pode piorar a situação.
- Xingamentos jamais: amor e carinho devem ser prioridades no trato com um dependente em recuperação. Esse é o período em que ele mais precisa do apoio familiar. Palavras grosseiras, gritos e ofensas são as piores coisas a se fazer.
- Piadas não são bem-vindas: contar piadas e histórias relacionadas a dependentes químicos pode ser algo desagradável. Mesmo com a boa intenção de animar o indivíduo, esse tipo de distração pode gerar um efeito contrário.
- Fingir que nada aconteceu: esse é um erro muito comum. Aparentar que tudo está bem e que nada ocorreu não o ajudará. O ideal é ter equilíbrio e transmitir a ideia de acolhimento.
Enfim, para dar o melhor apoio é necessário sempre usar o bom senso. Se a situação durante a convivência for difícil, o ideal é que a família busque ajuda profissional para fazer o melhor por seu querido.
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