Você sabe qual A importância da psicoterapia no tratamento da dependência química? Descubra como essa técnica tem ajudado no tratamento! Quando pessoas que querem se tratar, ou familiares que buscam ajuda, as vezes podem deixar de perceber a importância da psicoterapia no tratamento da dependência química.
Então vamos destacar neste artigo essa etapa crucial da recuperação do dependente. Muita gente pensa – de forma equivocada – que a dependência química consiste em um problema de caráter, como algo que se pode simplesmente desligar ou ligar.
Há muitos que defendem que o dependente químico não para de usar drogas porque não quer, porque não tem vontade de melhorar, porque tem preguiça. No entanto, a dependência química é uma doença, reconhecida e classificada pela Organização Mundial da Saúde.
Droga, é toda e qualquer substância, natural ou não, com capacidade de alterar as funcionalidades do organismo, físicas ou psíquicas, quando utilizadas por qualquer indivíduo. Também pode ser compreendida como qualquer substância que leve à dependência química.
Para a Psicologia, a dependência química é considerada um transtorno mental, que precisa de tratamento e acompanhamento contínuo, sendo caracterizada por um padrão de uso de uma substância que, mesmo provocando sofrimento e efeitos negativos, impede o usuário de realizar suas atividades rotineiras, e viver sua vida de forma plena.
Então, esse padrão consiste em um ciclo vicioso, que passa pela tolerância e pela abstinência, mantendo o usuário sempre preso a ele. A dependência é algo tão terrível, que torna o usuário escravo da droga. Ele precisa da substância para viver, não tem mais o domínio de si. É a droga que o controla.
Como a droga age no organismo e seus efeitos psíquicos
Outra coisa que deixa evidente a importância da psicoterapia no tratamento da dependência química, são os efeitos psíquicos causados pela droga.
Uma vez que as substâncias psicoativas têm seu efeito no seu sistema nervoso central, desenvolvendo diversos efeitos colaterais no organismo do usuário, como euforia e sensação de relaxamento, também promove alguns efeitos que desencadeiam o que os psicólogos chamam de “dependência psicológica”.
A dependência psicológica consiste em uma busca, uma necessidade, incessante por relaxamento e prazer. Então, o usuário não consegue lidar com as suas emoções, com as negativas, com as dificuldades. Ele vira dependente de momentos de prazer, sensações prazerosas.
Além desses, sensações como medo, tristeza, impressão de estar perseguido, pânico, são outros efeitos provocados pelo uso contínuo da droga, podendo o usuário desenvolver paranoia, depressão e esquizofrenia, levando em conta seu histórico genético, além de desejos de suicídio e alterações de humor e comportamento.
O que leva um indivíduo a se tornar um dependente químico
Curiosidade, necessidade de fazer parte de grupos sociais, fatores genéticos, motivação contextual – referências familiares, abandono, problemas psicossociais. Diversos são os motivos que podem levar alguém a experimentar uma substância.
Não é raro – apesar de totalmente proibido e errado – um pai molhar a chupeta do filho no copo de bebida, achando que “não dá nada”, muitas vezes, inclusive, achando até engraçada a reação da criança em tal situação.
Pais que levam seus filhos aos bares, quando ainda crianças, e mostram para eles um cenário de normalidade diante do alcoolismo. Ou então, jovens que possuem fácil acesso a determinadas substâncias, que não possuem pais presentes, transtornos psiquiátricos, dentre outros fatores, também podem, infelizmente, serem possíveis vítimas desse mal.
A dependência, no entanto, apresenta alguns sintomas que podem ser percebidos em um usuário, e que quanto mais cedo se der um tratamento de reabilitação, maiores as chances de sucesso.
Alguns desses sintomas consistem na vontade de consumir a droga o tempo todo e falta de controle ao fazer o seu uso; no abandono das atividades cotidianas e dos grupos sociais; frente a falta da substância, comportamento ansioso, irritadiço, insônia e suor excessivo, aumento da tolerância ao uso das substâncias.
E se o usuário não quiser se tratar?
Existem situações, em que um dependente percebe o quão perdido está e que precisa de ajuda. Momentos como esse não devem ser ignorados, antes, devem ser incentivados e motivados pela família e amigos.
Acompanhar o usuário a uma clínica de recuperação, estar presente em seu tratamento de reabilitação, são ações que ajudam, e muito, nesse processo. No entanto, muitas vezes isso não acontece. O indivíduo não enxerga a importância da psicoterapia no tratamento da dependência química, e na verdade nem reconhece que precisa de qualquer tratamento.
A ilusão de estar no controle, a frase pronta “eu paro quando quiser”, são sinais claros de que o dependente químico não reconhece estar doente e não aceita a ideia de passar por um processo de reabilitação.
Em casos assim, quando a situação do dependente já é avançada, e depois de diversas tentativas, nada foi possível, podendo o usuário ser um risco para si ou para os seus próximos, pode ser momento de a família pensar em uma internação involuntária.
A internação involuntária pode ser solicitada em situações extremas, não consistindo em crime ou agressão, mas sendo amparada pela lei. Nesse caso, junto com uma equipe especializada, fará a remoção desse usuário para o centro de recuperação, onde dará início a um tratamento, começando pela desintoxicação.
Como funciona o tratamento
Seja de forma voluntária ou involuntária, o tratamento para o dependente químico é quase o mesmo. É importante levar em conta que cada tratamento é desenvolvido para cada paciente, considerando seu histórico, o tipo de droga utilizada, seu contexto, sua vida. Ou seja, não é uma receita pronta.
No entanto, apesar disso, as etapas são as mesmas, e o dependente químico, uma vez em reabilitação, precisará passar por um acompanhamento psicoterapêutico, afinal, como já falamos neste texto, a dependência é considerada pela Organização Mundial da Saúde, uma doença, sendo tratada pelos comunidade médica, como um transtorno mental.
Cada indivíduo reage diferente ao uso de uma substância. Cada indivíduo possui um perfil diferente de usuário – personalidade, frequência do uso, fatores emocionais, fatores físicos.
E tudo isso é levado em conta em um processo de recuperação da dependência química.
É por isso, que em todo o processo haverá esse acompanhamento psicoterapêutico.
O objetivo desse tratamento não é apenas analisar o usuário, mas sim, prover a ele uma assistência preventiva, curativa e de reabilitação por meio da psicoterapia, que pode acontecer de forma individual ou coletiva.
A psicoterapia no tratamento da dependência química
As técnicas de psicoterapia utilizadas durante o tratamento de recuperação, são desenvolvidas como táticas de prevenção e recaída, com o intuito de se chegar à abstinência – e superá-la. Ou seja, recuperar-se do vício, voltar às suas atividades, voltar à vida em sociedade, livre das drogas.
No entanto, com o tratamento psicoterapêutico, o dependente aprende a conhecer a si mesmo, volta a ter o controle, passa a identificar os gatilhos que podem colocá-lo em uma situação de recaída.
Reconhece e enxerga as suas dificuldades e pessoais, e de que forma elas se relacionam com o seu vício. Por meio da psicoterapia, o dependente químico aprende a dominar os problemas que antes achava impensável. Situações que pensava nunca superar, aprende a superar. Aprende que é possível reavaliar suas ideias e corrigir suas intenções, seu pensamento.
A psicoterapia traz à luz soluções e alternativas para o comportamento apresentado, para o comportamento destrutivo, para a auto sabotagem. Tudo isso, de forma realista e adaptativa.
Mas não é um tratamento que deve ser feito somente pelo dependente químico. A família também deve ser tratada, precisa entender, da mesma forma que o usuário está entendendo, quais são os gatilhos, e de que forma eles precisarão estar preparados e adaptados para o retorno desse dependente químico ao lar.
A importância da psicoterapia no tratamento da dependência química, é fundamental também, porque ela não trata apenas o usuário, mas também se estende a família. A família no sentido de encontrar a harmonia e restaurar a autoestima do dependente e os relacionamentos. Portanto, não é um tratamento que acaba quando o usuário tem alta.
A que conclusão chegamos?
É ideal que um dependente químico tenha sempre um terapeuta para acompanhá-lo, mesmo depois de sair da clínica de reabilitação. Esse acompanhamento o ajudará no processo de readequação e reinserção na sociedade e na identificação e preservação de possíveis recaídas.
É um tratamento longo. Praticamente, um reaprendizado de como viver de forma saudável, sem precisar das drogas, sem que as drogas sejam parte integrante de seus dias. É um processo de metanoia – mudança essencial de pensamento.
É assim que a psicoterapia atua nesse processo, ajudando o usuário em sua própria percepção de ser, de existir. Contextualizando-se nessa nova vida. Mudando a forma como o dependente se percebe, percebe o mundo a sua volta e reage a esse mundo.
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