O aumento do consumo de álcool neste período de isolamento social acende o alerta para o risco da dependência química. A informação é do professor do departamento de saúde mental da Universidade Federal de Minas Gerais, Frederico Garcia.
Quando o isolamento social foi anunciado como medida para conter a disseminação da covid-19 no Brasil, ficou mais comum postagens em redes sociais de pessoas ingerindo bebidas alcoólicas ou fazendo menção a isso. O hábito de tomar uma cerveja, uma taça de vinho após o expediente ou durante uma live do artista favorito, segundo mostram as publicações, tem se tornado constante.
Para Frederico Garcia, com esses momentos de grande tensão, de grande estresse, grande incerteza, a gente fica mais frágil, mas é importante buscar outras formas para aliviar a angústia e o estresse e manter uma regularidade no ciclo.
Uma tentação que vai surgindo aos poucos é a ideia de que a gente pode aliviar as preocupações com consumo de álcool. Isso muito preocupa a gente que trabalha com dependência química porque é nesses momentos de grande tensão, de grande estresse, que a gente fica mais frágil e mais vulnerável para se tornar dependente químico.
Garcia ainda chama atenção para os casos em que as pessoas já têm o hábito de beber muito, de beber regular ou de usar alguma droga.
“Às vezes pela privação, a falta dessa droga por causa da questão do isolamento, vão ter sintomas de abstinência e esses sintomas são caracterizados pelo aumento da irritabilidade, dificuldade de dormir, impaciência, até agressividade”, explica.
A dica para quem encontrou no álcool um companheiro diário para aliviar a tensão é manter regularidade no ciclo de acordar e dormir, evitar assistir televisão a noite toda e usar menos as redes sociais. “Manter um ritmo, de acordar, de dormir, de comer, fazer uma agenda toda segunda-feira para ter o que fazer ao longo da semana e praticar atividades físicas, que é muito importante”.
Fonte: Rádio Itatiaia